sábado, 28 de maio de 2016

Onde tudo começou

O diário de uma Estudante...

Querido diário virtual durante minha jornada na Universidade tive diversas experiências prazerosas, e ao chegar no 6º semestre não poderia ser diferente.  Escolhi para compor a minha grade uma disciplina denominada Educação Étnicos Raciais; lembro que no primeiro dia de aula, após a realização da apresentação do professor Eric Maheu ele lançou uma pergunta à turma sobre o conceito de Etnocentrismo, que me fez recordar do meu 1º Semestre na UNEB, ao qual tive o prazer de estudar este conteúdo na disciplina de antropologia. Fazendo um resgate do que foi discutido em sala o etnocentrismo: É quando olhamos a cultura do outro a partir da nossa própria lente cultural, gerando assim uma conclusão preconceituosa, pois um grupo étnico sempre vai se considerar superior ao outro. E para cada um, uma ideologia contraria a sua é considerada uma espécie de afronta, ameaça. Sabemos que o etnocentrismo é um fenômeno que ocorre em todos os setores da sociedade e foi responsável por grandes conflitos mundiais, e na escola não poderia ser diferente, pois a mesma é composta de vários grupos, com hábitos, costumes e culturas diferentes, diante dessa questão encontra-se o desafio do professor em passar o conhecimento se despindo das suas crenças e valores, vencendo seus conceitos pessoais promovendo a inclusão que respeite de fato as diferenças para um melhor convívio na comunidade escolar.                                                                                
Após esta discussão o professor pediu para que escrevêssemos no papel o conceito de raça, identidade e etnia. Palavras tão ouvidas, mas ao serem refletidas provoca certa confusão na mente. Lembro-me que descrevi identidade como um conjunto de caracteres que define uma pessoa. Já raça e etnia, causou certo desconforto por não saber diferenciar corretamente, mais me arrisquei definindo raça como uma definição da raça humana, e a etnia como um povo que tem o mesmo costume, tradição, língua e comportamento. Após entregarmos os papéis com as nossas definições, o professor pediu para que fizéssemos um circulo na sala e perguntou se já sofremos algum preconceito. Foi um momento muito interessante, logo de inicio ao ser perguntado não lembrei nenhuma situação comigo, contei a história de um amigo de infância que era abusado pelos vizinhos por ser muito branco sendo chamado de côco. Mais ao ouvir os meus colegas, fui me lembrando de situações que não tinha percebido que existiam em mim, me sentia constrangida, diferente, quando frequentava lugares típicos de pessoas brancas, um desconforto que não deveria existir. Até porque os lugares são criados para serem frequentadas por pessoas, e não a sua cor. Diante dos relatos, percebi que mesmo não sofrendo nenhum ato racista, de forma indireta temos a nossa mente violentada pelo racismo, e essa consciência foi sendo descortinada naquele período.